Para além da comida, da gasolina e de tantos outros produtos e serviços, tem muita gente assustada também com os reajustes dos aluguéis. Com o salto, vêm as perguntas: por que o aluguel aumentou tanto? Por que o aluguel aumenta todo ano? Por que o aluguel está tão caro? Como estamos aqui para simplificar a sua vida, vamos explicar tudo pra você de um jeito bem simples de entender.

Entendendo o IGPM

Basicamente, a razão do aumento é do IGP-M — Índice Geral dos Preços do Mercado, um dos indicadores que medem a inflação, que é a variação dos preços dos produtos em um determinado período. Inflação é um termo utilizado especificamente quando os preços mantém uma tendência de crescimento, como tem acontecido atualmente.

A função do IGP-M é verificar tendências e fazer um registro bem amplo da economia, abrangendo todas as etapas da produção. Para isso, além da variação dos preços ao consumidor, o índice acompanha o custo de produtos primários, matérias-primas e dos insumos da construção civil (o que faz dele o parâmetro para os reajustes de contratos de aluguel).

O IGP-M é composto por três índices:

  • O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o custo de vida das famílias com rendimentos entre 1 e 33 salários mínimos em São Paulo e Rio de Janeiro e possui peso de 30% na composição;
  • O Índice de Preços no Atacado (IPA), que mede os preços de produtos agropecuários e industriais nos estágios de comercialização anteriores ao consumo final e tem peso de 60% na composição;
  • E o Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede os preços de produtos do setor de habitação e possui peso de 10% na composição.

E como isso afeta o aluguel?

Como dissemos acima, a maior parte do IGP-M (60%) é formada por itens agrícolas e industriais como minério de ferro, soja, milho ou chapas de ferro, e boa parte desses produtos é cotada no exterior e em dólar. Essa forte ligação com a moeda estrangeira faz com que o índice acabe sendo muito instável. 

Na prática, quando o indicador do IGP-M está em alta, a tendência é que os contratos de aluguel subam – exatamente o que está acontecendo agora.

Para o reajuste, considera-se o IGP-M acumulado nos 12 meses anteriores ao aniversário do contrato. Vamos entender como isso se aplica no valor final pago por você:

Suponhamos que o valor do seu aluguel seja de R$ 1.000,00 e que o contrato tenha sido iniciado em fevereiro de 2020, com validade de 1 ano. Em dezembro de 2020, o IGP-M registrou um acúmulo de 23,14%. Com esse dado em mãos, a conta é simples: basta multiplicar o valor do aluguel pelo acúmulo do ano. 1000 x 0,23 = R$ 230, o que significa que o novo valor do contrato é de R$ 1.000,00 + R$ 230,00 = R$ 1.230,00.

É importante saber que o IGP-M não é a única regra para o reajuste do aluguel, mas sim uma referência mínima para os locadores. Outros critérios utilizados para a revisão do valor são valorização imobiliária, sazonalidades, situação de mercado e região. Por isso, para evitar dor de cabeça, é fundamental que todas as informações sobre o reajuste sejam acordadas entre locador e locatário na realização do contrato. Fuja de negociações firmadas apenas no “boca-a-boca”.

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