Comprar um carro, esse é o sonho de muitas pessoas ao redor do mundo. Uma pesquisa recente realizada por uma plataforma de vendas online revelou que pelo menos 70% dos consumidores brasileiros pretendem comprar um carro até o segundo semestre de 2023. Ou seja, mesmo com todas as despesas envolvidas, comprar um automóvel segue sendo um dos objetivos principais da população.

Na hora de comprar o tão sonhado carro, muita gente prefere financiar o veículo ao invés de pagá-lo a vista, e o que não falta no mercado de crédito são opções para você comprar um automóvel novo ou usado. Descubra neste artigo como funciona o financiamento de carros e veja dicas de como fechar o melhor contrato 🚗

O que é o financiamento de carro?

O financiamento de carro funciona basicamente como um empréstimo. O banco ou instituição financeira concede uma linha de crédito para um cliente que não possui o valor para comprar um carro à vista, mas pode pagar parcelas mensais. Desta forma, o consumidor consegue adquirir um automóvel novo ou usado e faz o pagamento a prazo.

Como funciona o financiamento de veículos?

Como dissemos, o financiamento de carros é similar a um empréstimo: o cliente procura um banco ou instituição financeira e solicita um financiamento, informando detalhes como modelo, ano e valor do carro. É feita a análise de crédito do consumidor, onde a financeira vai avaliar sua situação para descobrir se você pode pagar pelo financiamento.

Não se assuste se o banco quiser informações sobre sua renda mensal ou sobre seus bens. A instituição precisa ter garantia de que você não vai ter dificuldades para pagar pelo financiamento.

Se for aprovado, o banco paga o valor do carro ao vendedor, enquanto o comprador tem a obrigação de quitar as parcelas do financiamento no prazo definido em contrato. O cliente também tem a possibilidade de economizar antecipando parcelas ou até mesmo quitando o financiamento antes da hora, diminuindo a incidência de juros.

Quais taxas e impostos são cobrados para financiar um carro?

A principal taxa cobrada na hora de financiar um carro é o juros. Assim como em um empréstimo, o banco cobra juros dos clientes que pegam crédito para comprar um automóvel, e esse percentual pode variar de acordo com a situação financeira do cliente. As taxas de juros anuais variam bastante de banco para banco, começando perto de 10% ao ano e podendo ultrapassar a marca dos 57% ao ano. Por isso, é bom pesquisar bastante antes de assinar o contrato.

Existem outras tarifas e impostos que podem ser cobradas na hora de financiar um carro, entre elas:

  • IOF (Imposto de Operações Financeiras): primeira taxa, de 0,38% do valor total financiado, cobrada uma única vez. Há também uma segunda taxa, de 0,0082% ao dia, que é repassada para o Governo Federal;
  • SPF (Seguro Proteção Financeira): é um seguro opcional que garante que o comprador não terá o veículo apreendido caso não consiga arcar com as parcelas. Apesar de não ser obrigatório, algumas financeiras só liberam o financiamento caso o cliente contrate o SPF.

A TAC (Taxa de Abertura de Crédito ou Taxa de Cadastro) era uma tarifa cobrada pelas financeiras para verificar se o cliente possuía alguma pendência. A cobrança era comum em financiamentos de imóveis e automóveis, mas é considerada abusiva desde 2008 pelo Procon.

Além disso, é comum que bancos, instituições financeiras ou concessionárias cobrem uma entrada na hora de comprar um carro. O valor desse pagamento inicial é abatido no total pago pelo carro e, assim, o consumidor consegue economizar com juros.

Quais os tipos de financiamento de veículos?

No Brasil, existem três modalidades principais de financiamento de veículos novos ou usados:

Crédito Direto ao Consumidor (CDC)

Opção mais parecida com o empréstimo, com o CDC o cliente solicita ao banco um empréstimo para a compra do veículo. Quem adquire o carro tem a posse e o direito de utilizá-lo normalmente, mas o automóvel segue sendo propriedade do banco até que o comprador pague todas as parcelas.

Ou seja, quem compra o carro só se torna dono "mesmo" após quitar o financiamento, e, até lá, não pode vender o automóvel. Esse processo é chamado de alienação fiduciária e também é muito comum no mercado imobiliário.

Por meio do CDC, o cliente consegue negociar diretamente com o banco e, em alguns casos, definir taxas de juros fixas na hora da assinatura do contrato, evitando problemas como aumento do valor das parcelas durante o financiamento.

Leasing

Pelo leasing, a financeira é responsável por comprar o carro é a financeira, que "aluga" o automóvel para o comprador. O veículo fica no nome da empresa de leasing, que só transfere a propriedade para o cliente após ele quitar todo o financiamento.

Assim como no CDC, as taxas de juros podem ser fixadas na hora da assinatura do contrato, evitando que aumentem no decorrer do parcelamento.

Consórcio

O consórcio é um pouco diferente do CDC e do leasing. Nesse sistema, o cliente entra em um grupo de compradores com o mesmo objetivo. O cliente recebe a carta de crédito no valor do automóvel quando chegar ao fim do parcelamento, quando for sorteado ou se der o maior lance pela premiação, assim como em um leilão.

O valor da parcela é calculado de forma que a soma de todas as parcelas dos integrantes do consórcio seja suficiente para a compra do carro. Por isso, o valor da prestação pode variar durante o contrato. Além disso, é cobrada uma taxa de administração pela financeira responsável pela gestão do consórcio.

Quais os requisitos para financiar um carro?

Já escolheu qual modalidade de financiamento é a mais adequada para você? Agora é hora de saber quais são os requisitos obrigatórios para dar entrada no financiamento do seu carro novo. Descubra abaixo o que você precisa para conseguir ter seu financiamento aprovado pelo banco ou instituição financeira:

Nome limpo

Ter o nome limpo é um requisito imprescindível na hora de solicitar crédito, seja para um cartão ou para um financiamento de automóvel. A ausência de restrições em instituições como SPC e Serasa é um sinal que você dá para o banco de que você é um pagador e não vai atrasar as parcelas do financiamento.

Idade mínima

Além do "nome limpo", a avaliação de risco feita pela financeira leva em conta a probabilidade de você pagar a dívida, e a idade é um critério na hora desse cálculo. A idade mínima para um financiamento costuma ser de 20 anos, enquanto a máxima é de 70 anos.

Compradores muito jovens não possuem um histórico de pagamentos suficiente para a financeira prever se ele vai pagar as parcelas em dia. Por outro lado, um comprador com 70 anos ou mais corre o risco de não pagar o financiamento integralmente, já que a expectativa de vida no Brasil é, em média, de 75 anos.

Score de crédito

O score de crédito é um dado consultado por bancos e financeiras na hora de conceder cartões de crédito, empréstimos e financiamentos. Sua pontuação, que vai de 0 a 1000, mostra como é a relação do cliente com o mercado de crédito e a probabilidade de ele cumprir seus compromissos financeiros nos próximos 12 meses.

O Blog do Inter já mostrou como aumentar seu score e conseguir mais crédito no mercado.

Comprovação de renda

Além de mostrar para o banco que você possui um bom histórico de pagamento, é preciso provar que você pode pagar pelo financiamento. Por isso, a comprovação de renda é um dos requisitos mais importantes na hora de comprar um carro. O consumidor pode apresentar seus últimos holerites (folhas de pagamento), a declaração do Imposto de Renda ou outro documento que comprove uma atividade remunerada.

Quais documentos são necessários para o financiamento de carros?

É preciso apresentar vários documentos antes de assinar o contrato de financiamento do veículo. Confira na lista abaixo:

  • RG (carteira de identidade) e CPF;
  • Comprovante de residência;
  • Comprovante de rendimentos (folha de pagamento, declaração de IRPF, extrato bancário ou outros);
  • Comprovante de quitação dos débitos do carro (se for usado);
  • Comprovante de estado civil (se for o caso).

Vale lembrar que, caso você queira adquirir um carro usado, tanto quem compra quanto quem vende o veículo precisa apresentar certos documentos. As exigências podem variar de banco para banco, então consulte a financeira escolhida e separe os documentos com antecedência.

Quais cuidados tomar ao financiar um carro

Já percebeu que comprar um carro não é apenas entrar na loja e sair dirigindo, né? Então, para fechar esse conteúdo, confira mais algumas dicas que vão te ajudar a escolher um bom financiamento automotivo:

  • Fique de olho no CET: o Custo Efetivo Total é a soma de todas as despesas envolvidas na operação de crédito. Compare o CET e escolha financiar na instituição com as melhores condições.
  • Não pague tarifas ilegais: alguns bancos insistem em cobrar taxas proibidas ou até mesmo inexistentes, como Tarifa por Emissão de Boleto ou por Abertura de Crédito. Não aceite cobranças.
  • Evite financiamentos muito longos: muitas pessoas preferem financiamentos mais longos com parcelas menores. Lembre-se: quanto maior o prazo de financiamento, mais cobrança de juros.
  • Não comprometa seu orçamento: tenha em mente todas as suas despesas mensais e veja se a parcela do financiamento cabe no orçamento. Sempre que possível, tente guardar algum dinheiro para despesas futuras com o carro.
  • Atenção ao estado do veículo: se o carro for usado, avalie se ele está conservado e, se possível, leve um mecânico de confiança para fazer uma avaliação mais detalhada.
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Célio Ribeiro Assistente de Conteúdo

Jornalista pela UFMG. Mineiro, apaixonado por música e por histórias.

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