A partir do momento que a pessoa entra no mercado de trabalho, ela começa a contribuir com o INSS. O valor – que corresponde a uma porcentagem ao salário do trabalhador – é destinado para o pagamento da aposentadoria e benefícios trabalhistas para profissionais fora de atividade, e assim, sucessivamente.

Mas com o aumento da expectativa de vida e com as mudanças promovidas pela reforma previdenciária, muita gente tem se questionado se o dinheiro recebido pelo INSS é mesmo suficiente para ter uma aposentadoria tranquila.

Se você é uma dessas pessoas continue a leitura para ver a comparação que fizemos entre a Previdência Social, paga pelo INSS, e a Previdência Privada.

O que é o INSS e como ele funciona?

O INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) é um órgão público que arrecada e distribui as contribuições previdenciárias dos trabalhadores, garantindo que o contribuinte esteja amparado financeiramente quando não estiver exercendo uma atividade remunerada.

Isso significa que, embora esteja mais associado a aposentadoria, o INSS também faz o pagamento de outros benefícios trabalhistas como auxílio-doença, salário maternidade e pensão por morte e invalidez.

Como é feita a arrecadação do INSS?

A principal fonte de recursos do Sistema Previdenciário são as contribuições feitas pelos trabalhadores que estão na ativa, em poucas palavras, você paga a conta agora para receber no futuro.

Quem está no mercado de trabalho formal é obrigado a contribuir todos os meses com a porcentagem de 7,5 a 14% do próprio salário, que fica retido na folha de pagamento. O valor varia de acordo com a faixa salarial, conforme a tabela:

Valor descontado pelo INSS

FAIXA SALARIAL ALÍQUOTA DE INSS
Até um salário-mínimo (R$ 1.100,00)7,5%
De R$ 1.100,01 a R$ 2.203,48 9%
De R$ 2.203,49 a R$ 3.305,22 12%
De R$ 3.305,23 a R$ 6.433,57 (Teto do INSS) 14%

Essa seria uma das principais diferenças entre Previdência Social e Previdência Privada: a primeira delas é compulsória para todos os trabalhadores de carteira assinada. Veremos outras mais à frente. 

Quais as regras para se aposentar pelo INSS?

Contribuir com o INSS é apenas um dos critérios para ter acesso a tão sonhada aposentadoria. Conheça as regras que o trabalhador deve cumprir para solicitar o benefício:

Aposentadoria por idade

Com a Reforma da Previdência, em 2019, ficou definido que homens podem solicitar a aposentadoria com 65 anos (60, no caso de trabalhadores rurais), e mulheres com 62 (55, para trabalhadoras rurais). Isso, desde que tenham contribuído com o INSS por, pelo menos, 15 anos.

Aposentadoria por tempo de contribuição

Homens devem contribuir por 35 anos, e mulheres por 30. No caso dos professores de educação básica o tempo de contribuição cai 5 anos. Cumprindo os tempos de contribuição indicados, você tem direito à aposentadoria, independentemente da idade, lembrando que nesses casos, o valor do benefício é reduzido.

Fórmula 86/96

Uma terceira via para solicitar a aposentadoria é a fórmula 86/96, na qual a soma da idade + o tempo de contribuição dá 86, no caso das mulheres, e 96, no caso dos homens.

Como toda regra, a aposentadoria pelo INSS também tem suas exceções. São elas: a aposentadoria especial e a aposentadoria por invalidez. A especial é concedida para contribuintes que exerceram atividades prejudiciais de forma contínua. Já a aposentadoria por invalidez é concedida para aqueles trabalhadores que por uma limitação física estão incapacitados de exercerem suas atividades, como uma pessoa que desenvolve L.E.R (lesão por esforço repetitivo).

Para solicitar as aposentadorias especiais é necessário, porém, que o solicitante passe por uma perícia que comprove sua condição médica.

Como é feito o cálculo do valor da aposentadoria?

Pela regra antiga, o cálculo era feito sob 80% das maiores contribuições para o INSS, mas, atualmente, o sistema leva em consideração todas os pagamentos feitos pelo trabalhador para o órgão.  A mudança tende a ter um impacto negativo para as futuras aposentadorias, já que no início da carreira tanto os salários quanto a contribuição são, em geral, menores.

As médias são usadas para definir o valor que o beneficiário vai receber, mensalmente, ao se aposentar. O valor mínimo, hoje, é de R$1476,30, enquanto o teto é de R$6.433,57 (Consulta realizada em fevereiro de 2021).

Vale lembrar que o valor da aposentadoria é reajustado de acordo com o salário-mínimo e, anualmente, proporcional à inflação.  

 

Para quem está ansioso para saber o valor que receberá de aposentadoria é possível simular o valor do benefício por tempo de contribuição dentro do próprio site do INSS. 

Vantagens e desvantagens do INSS

Falamos muito sobre as regras do INSS e o que mudou nos últimos anos, mas o que isso significa, na prática?

Benefício garantido

A principal vantagem do INSS é que qualquer pessoa que tenha carteira assinada tem acesso ao benefício, pois o pagamento da contribuição é obrigatório e já é descontado em folha. O que de certa forma “ajuda” quem tem dificuldade de poupar.

Seguridade Social

Como mencionamos anteriormente, as contribuições ao INSS também são usadas para o pagamento de diferentes benefícios trabalhistas, isso significa que o trabalhador e sua família ficam amparados em diferentes momentos e não apenas na aposentadoria.

Pouca flexibilidade

O dinheiro que você contribui ao longo dos anos só pode ser sacado quando são cumpridas todas as exigências para se aposentar como tempo de contribuição e idade mínima, ou seja, você não pode utilizá-lo para uma emergência, antes deste prazo.

O beneficiário do INSS também está limitado a contribuir com até 11% dos seus rendimentos em folha e não tem liberdade de aplicar mais para aumentar sua rentabilidade no futuro.

Equilíbrio delicado

O INSS é mantido pelas contribuições dos jovens que suprem a aposentadoria dos mais velhos. Com a pirâmide etária com cada vez mais idosos, devido ao aumento da expectativa de vida, a arrecadação de quem trabalha, em breve, não será mais suficiente para pagar pela aposentadoria daqueles que já contribuíram com sua cota e tem direito ao benefício.

Valor máximo e tempo de carência

Para ter direito ao INSS você deve contribuir por, no mínimo, 15 anos. Outro fator que pode ser desvantajoso é que o benefício possui um teto para pagamento, seja qual for o valor de suas contribuições.

Na maioria das vezes o valor não é suficiente para manter o mesmo padrão de vida de quando a pessoa trabalhava, por isso, cresce cada vez mais a procura por uma renda complementar, e é aí que entra a previdência privada!

Previdência Privada vale a pena?

Com todas as reformas que aconteceram e que ainda podem acontecer no Sistema Previdenciário público, a Previdência Privada vale a pena e surge como uma opção interessante para quem quer garantir uma renda mais robusta após a aposentadoria.

E funciona como qualquer outro investimento.

Quando você adere a um plano de Previdência comercializado por bancos e corretoras, uma parte do seu dinheiro será aplicada em uma reserva de emergência e depois de um certo período o valor poderá ser resgatado com rendimentos em forma de juros.

Diferentemente do INSS, ela não é obrigatória, você pode contribuir com o valor que quiser (de acordo com o plano escolhido) e tem a opção de sacar o valor todo de uma vez ou fazer o resgate a médio e longo prazos, como veremos mais adiante.

Como funciona o Plano de Previdência?

O primeiro passo é selecionar um plano de Previdência Privada que atenda às suas necessidades. Após a escolha, o dinheiro será debitado em conta de uma vez ou mensalmente, de acordo com as regras deste plano.

Para que a previdência seja vantajosa, o investidor deve procurar uma instituição que ele confie e pesquisar pelos planos com as melhores taxas administrativas para preservar sua rentabilidade.

Em nossa plataforma de investimentos oferecemos três opções de contribuição: fazer somente um aporte inicial; fazer um aporte inicial e as contribuições mensais; ou somente as contribuições mensais.

Você sabe como escolher uma previdência privada? Sabe como ela funciona? Nesse vídeo, a gente te conta os tipos de previdência (VGBL/PGBL), os tipo de tributação e como fazer sua escolha.

PGBL ou VGBL: o que significam e qual delas escolher?

Os planos de previdência se dividem em duas modalidades de benefício fiscal, e isso também deve ser considerado pelo investidor, já que impacta no valor resgatado.

Nos planos com regime PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres), o investidor pode abater o valor das aplicações na base de cálculo do IR, até o limite anual de 12% da renda tributável. Sendo esse tipo de plano mais indicado para o contribuinte que faz a declaração pelo modelo completo.

Ao optar por este modelo, a cada ano você paga um valor menor de Imposto de Renda, e quando for fazer o resgate, será taxado sob o montante total acumulado (parcelas + rendimentos).

Já a modalidade VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) é indicada para quem declara o Imposto de Renda no modelo simplificado, pois a aplicação não é dedutível na base de cálculo do IR. Nela, o imposto é cobrado apenas sob os rendimentos. Ideal para quem declara a renda pelo modelo simplificado.

Por falar em saque, como ele é feito?

Nada de esperar para sacar seu dinheiro! Com a previdência complementar você tem duas opções de resgate:

  • Resgate total: você resgata todo o valor a qualquer momento, dentro do prazo de carência;

  • Resgate Parcial: pode resgatar pequenas parcelas da reserva quando achar necessário, a qualquer momento.

Dentro da opção Resgate Parcial, é possível receber o valor investido nessas duas formas:

  • Renda mensal vitalícia:  valor mensal que você receberá durante toda a vida, que passa a valer a partir da solicitação de resgate;

  • Renda mensal vitalícia com prazo certo: assim como a renda mensal vitalícia, você também recebe um valor estipulado, mas decide quando vai começar a receber. Por exemplo: quero receber daqui 20 anos.

De forma bem resumida é assim que o investimento funciona. Falamos mais detalhadamente sobre o funcionamento da Previdência Privada no post: Entenda tudo sobre Previdência Privada

Principais diferenças entre a Previdência Pública e Privada

As principais diferenças entre as duas modalidades estão no valor do investimento e nas regras de resgate. Vamos recapitular as regras de ambas para ficar mais claro?

Na Previdência Social você só pode sacar o dinheiro investido após concluir seu processo de aposentadoria ou de afastamento do trabalho, o que costuma ser bastante demorado, considerando que, além de cumprir todos os requisitos para se aposentar, é preciso esperar pelo andamento da sua solicitação.

Já a Previdência Privada oferece muito mais flexibilidade! Não é necessário cumprir requisitos como idade e tempo de contribuição, e você pode sacar o valor todo de uma vez, respeitando o prazo de carência do seu plano, ou optar por fazê-lo a prazo.

Com relação aos valores, no INSS os aportes são debitados, automaticamente (no caso de trabalhadores com carteira assinada). Logo, o contribuinte não tem nenhum controle sobre o valor que quer investir, enquanto na Previdência Privada, você tem liberdade para selecionar o plano que melhor atende suas necessidades e pode fazer a aplicação baseado em estimativas de quanto gostaria de receber no futuro.

Outro grande diferencial da Previdência Privada em relação ao INSS, é que ela não apresenta um teto para seus ganhos futuros.

E, por último, mas não menos importante: a previdência privada não entra em inventário. Ou seja, em caso de falecimento, o dinheiro vai diretamente aos beneficiários escolhidos no início do contrato, em um período de até 30 dias.

INSS x Previdência Privada: qual escolher?

Ao longo do texto explicamos o funcionamento geral do INSS e da Previdência Privada. Depois de tanta informação, talvez você esteja se perguntando: qual delas eu devo escolher?

Se você trabalha de carteira assinada já sabe que pagar o INSS não é uma opção. Neste caso, recomendamos usar as duas modalidades como forma de complementar sua renda no futuro e assegurar uma aposentadoria mais tranquila.

Mas lembre-se se pesquisar bem os planos para encontrar uma opção aderente a seu orçamento e que apresente taxas administrativas atrativas, para não perder sua rentabilidade. 

Para os profissionais autônomos a gente também recomenda que contribuam com o INSS, ainda que em valores mais baixos, pois ele garante acesso a benefícios como auxílio-doença e salário maternidade, que são fundamentais para manter o dinheiro entrando enquanto estiver afastado de suas atividades.

Em caso de dúvidas sobre o melhor plano de previdência privada para você, entre em contato com um dos nossos consultores usando o aplicativo.

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Emanuella Gomes XavierEspecialista de Investimentos

Economista, CGA e CFP®. Responsável pela distribuição de fundos de previdência privada no Inter.

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